Vamos à Confissão! Nela, Jesus nos espera com sua misericórdia. Vamos abrir-lhe o nosso coração: encontraremos cura, paz e alegria, contanto que de nossa parte haja sinceridade.
Como lhe disse na postagem anterior, para bem aproveitar do Sacramento da Reconciliação, são necessários cinco elementos.
O primeiro deles é o exame de consciência. Consiste em comparar a própria vida com a Palavra de Deus, em particular com os Mandamentos da Lei de Deus e o Evangelho de Jesus, e em observar em quais pontos falhamos: as falhas são os nossos “pecados”.
Um método prático para fazer o exame de consciência é ver se cumprimos os Mandamentos da Lei de Deus, se nos esforçamos para traduzir em nossa vida as Bem-aventuranças (Mateus 5,1-12), se procuramos praticar as Obras de Misericórdia (Mateus 25, 31-47), sem esquecer que existem também os Mandamentos da Igreja. No exame de consciência, dê particular importância ao amor fraterno que nos foi deixado por Jesus como o “novo mandamento” que, por sua vez, conforme ensina São João, é a prova de que amamos a Deus.
O segundo elemento é o arrependimento. Pelo arrependimento, reconhecemos que desobedecemos a Deus, que O ofendemos, fomos ingratos para com Ele, não demos atenção à Palavra de Jesus, ao Espírito Santo, à Igreja e a nossos irmãos e irmãs. “Sentimos dor” por termos agido assim e pedimos a Deus que nos perdoe. Esse arrependimento sincero é dom de Deus. É dado a quem invoca o Espírito Santo com humildade e pede que suscite no coração a dor pelos pecados cometidos, com a vontade de se converter.
Há quem se arrepende dos pecados mais por medo de se condenar do que por amor a Deus. Esse tipo de arrependimento um tanto interesseiro é, sem dúvida, salutar, mas o ideal é buscar um arrependimento que de fato se traduza em ato de amor ao nosso Pai, a Jesus, à Igreja: isso, como disse, só pode ser obra do Espírito Santo a ser invocado na oração.
O terceiro elemento do Sacramento da Penitência é a acusação dos pecados. Consiste em relatar ao confessor todos os pecados cometidos e dos quais temos lembrança, de modo especial os pecados graves ou mortais. É bom acusar também os pecados veniais, pelo menos os mais importantes. A acusação dos pecados é necessária para que o ministro de Jesus possa avaliar a gravidade do mal praticado e a sinceridade do arrependimento do pecador. Dessa avaliação é que depende a absolvição ou não dos pecados.
Pode-se questionar: por que tem que ser assim? Respondo: porque assim dispôs Jesus. Aparecendo a seus apóstolos no dia da sua ressurreição, Ele disse: “Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos” (João 20,23). Portanto, o padre, para absolver ou não, deve primeiro conhecer a situação do penitente.
O quarto elemento é a absolvição dos pecados dada pelo ministro do Sacramento da Reconciliação. A absolvição consiste no perdão dos pecados que o confessor, em nome de Deus, concede ao penitente depois de ter ouvido a acusação de seus pecados e de ter-se certificado de que ele está de fato arrependido. Se não houver arrependimento e decisão de mudar de vida, o padre não pode dar a absolvição.
Por fim, o quinto elemento chama-se satisfação. Como em qualquer sociedade, o mal praticado, por justiça, exige que seja reparado, que a ordem seja restabelecida. Assim, a satisfação (chamada também “penitência”) é um ato que o confessor determina a ser praticado pelo penitente, com o objetivo de reparar o mal praticado e “satisfazer” a ordem estabelecida por Deus, violada pelo pecado: daí a palavra “satisfação”. Em particular, a satisfação tem como finalidade encaminhar o penitente para aquele espírito de penitência e conversão que sempre deve acompanhar o cristão, de acordo com o Evangelho.
Como você vê, a Confissão não é um ritual frio, interesseiro, só para pôr em paz a consciência. É um ato de amor arrependido a Jesus, um retorno aos braços do Pai, uma abertura do coração à ação santificadora do Espírito, uma reconciliação com a Igreja, um passo adiante na prática do Evangelho. Tudo é obra de Deus, mas tudo depende da minha colaboração: sem ela, a Confissão não passa de um rito sem sentido.
Sim, confesse-se, mas confesse-se bem!

Nenhum comentário:
Postar um comentário