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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Senhor, os meus são teus!


Domingo passado, assistindo a uma pregação na Canção Nova, ouvi a frase acima em uma oração feita pelo sacerdote que palestrava.
Para que nossa família supere todas as tentações e provações que surgem pelo caminho, é essencial que nós cristãos consagremos todos os nossos familiares ao Senhor, principalmente aqueles que andam afastados do caminho que Jesus propôs a nós.
O Senhor nos convida a ser intercessores, consagrando nossa casa e família a Ele. Somos chamados a depositar cada membro aos pés da cruz de Jesus para que sejam lavados e libertados pelo Seu Santo Sangue.
Nunca nos esqueçamos disso: somos responsáveis por aqueles que o Pai nos confiou; jamais seremos felizes se não concorrermos para a felicidade daqueles que convivem conosco diariamente.
Que o Senhor nos abençoe!

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Big Brother

Aristóteles (384 a, C. – 422 a. C) havia proposto que a felicidade é o bem sempre desejado pelo ser humano e que a prática das virtudes, capitaneadas pelas virtudes cardiais – Prudência, Temperança, Fortaleza e Justiça – , é o único meio de construir uma sociedade onde seja possível a felicidade. E ensinou também que as virtudes deviam ser a primeira preocupação da sociedade na educação das crianças. A Tradição cristã-católica, especialmente através de Tomás de Aquino, assumiu preciosos elementos da ética Aristotélica, percebendo que a proposta de Aristóteles oferecia uma visão antropológica que ajudava a entender, por via racional, a revelação cristã como oferta de um caminho de verdade para o desejo mais profundo do ser humano: ser feliz. Tendo como horizonte de vida as virtudes cardiais, a tradição cristã procurou sistematizar também a compreensão do mal moral, propondo que os pecados todos têm como raiz, os chamados vícios(pecados) capitais: Soberba ( orgulho desejo de poder, vaidade, sucesso…), Inveja, Cólera (ira, raiva…), Preguiça, Avareza (cobiça…), Gula e Luxúria. Não vejo nunca o Big Brother, mas ouço sua propaganda e leio as notícias e as opiniões de muitas pessoas sobre. Depois da suspeita de estupro no BB Brasil, em cena de sexo regado a cerveja, entrei no Google e li que na Inglaterra, “depois de umas grades de cerveja e de umas caixas de vinhos, os 14 concorrentes ficaram tão desinibidos que resolveram promover uma festa pelados na piscina.” Mais: “Os produtores do Big Brother não acreditaram quando viram que triângulos amorosos começaram a surgir em cada quarto da casa, segundo o jornal Daily Star”. Eis aí, prezado(a) leitor(a),como o que há de pior em nossa sociedade (a droga do álcool e a luxúria juntos, pecados contra a virtude da temperança) se torna meio de ganhar dinheiro (avareza). A Soberba se encarrega de transformar em coisa linda a degradação do que há de mais nobre no ser humano: o amor. É o amor que dá sentido a todas as relações que estabelecemos com os outros.
A Soberba, na reflexão cristã, está presente toda a vez que o ser humano mente para si mesmo, fazendo soar como verdadeira a negação da verdade. Assume-se o lugar de Deus, o Supremo Legislador, que nos deu os mandamentos para apontar-nos o caminho que conduz a pessoa e a sociedade ao verdadeiro bem (a Paz). Santo Tomás, ao falar dos pecados capitais, afirma que estes “são sumamente atraentes, tanto que por eles o ser humano comete muitos outros pecados”. São desvios do grande desejo do Bem, colocado por Deus nas profundezas do ser humano. Santo Agostinho experimentou esta verdade até à exaustão: “…mas eu caminhava em meio às trevas, por um caminho escorregadio, procurando a Ti fora de mim, e não achava, pois tu és o Deus do coração. E então cheguei ao fundo, desprovido de esperança, já perdida em mim a fé de ver a verdade face a face”(As Confissões,Liv. 6). A Soberba está presente na luxúria e na gula (a voracidade do prazer da comida, da bebida e do sexo) quando se promove à dignidade de bem o que vilipendia o ser humano e ofende a divina sabedoria e o verdadeiro amor. Toda tentativa de justificar o pecado é violência à verdade e ao testemunho da própria consciência. É assim que a miséria moral, apelidada de amor, se torna linda, conforme soube que afirmou Pedro Bial comentando cena recente (estupro?) do BB brasileiro. Ora, uma afirmação como esta no contexto do BB – “o amor é lindo” – traduz exatamente o esforço em transformar em beleza o mau gosto e o vazio de valores de uma cultura que corre atrás do sucesso e do dinheiro fácil. Big Brother é um escárnio – uma espécie de vômito – contra tudo o que ainda existe de eticamente saudável na sociedade. É atentado violento ao pudor colocado na vitrine midiática, ao alcance de todos. Usa-se a justificativa de que o Big Brother retrata a sociedade. Aqui é necessária uma correção: “retrata o que de pior há em nossa sociedade” para satisfazer a gula doentia que, estimulada, salta para fora e passa a fazer parte da normalidade cultural. O(a) leitor(a) que quiser ter uma amostra do que está acontecendo em nossa sociedade, pesquise no GOOGLE “bebida e sexo entre adolescentes” e encontrará farto material sobre o assunto. Assim: “Jovens fazem festa com sexo e bebida na Quinta da Boa Vista” e, em seguida: “A Dcav (Delegacia da Criança e Adolescente Vítima) está dando uma olhada em imagens onde aparecem jovens de uniforme, ou seja, matando aula, consumindo bebidas alcoólicas, além de casais se ‘embolando’ e camisinhas jogadas pelo gramado do parque”. O BBB estimula esse tipo de comportamento ao conseguir empolgar telespectadores e envolvê-los nesse jogo sujo. Uma coisa é retratar a realidade doentia na cultura de modo a produzir rejeição e outra, oposta, é retratá-la travestida de beleza.
Dom Eduardo Bene
Arcebispo de Sorocaba

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Creio, mas não pratico

Quando, num encontro de amigos, a conversa gira em torno de assuntos religiosos, é comum alguém declarar, com naturalidade e segurança: “Creio, mas não pratico!” Trata-se de uma afirmação que parece ser tão bem formulada, tão lógica, que, normalmente, ninguém a contesta. Assim, dias depois, em outro grupo, se a discussão for também sobre questões religiosas, é possível que alguém volte a fazer a mesma afirmação. Mais do que uma afirmação isolada, essa idéia de que se pode acreditar sem colocar em prática aquilo em que se acredita é tão comum que já se tornou uma mentalidade em muitos ambientes.
A justificativa desse comportamento varia de pessoa para pessoa. Há aquela que deixou de lado a prática religiosa pela decepção com um líder da comunidade; outra, sem perceber, abandonou, pouco a pouco, sua vida de fé: passou tanto tempo sem ler a Palavra de Deus, sem rezar e sem assistir à missa dominical que, quando notou, já havia organizado sua vida de tal maneira que não havia mais espaço para expressões religiosas; outras pessoas tinham um conhecimento tão superficial de sua religião que, sem grandes questionamentos, a abandonaram. Há, também, as que procuram o batismo dos filhos, a missa de formatura ou de sétimo dia, tão somente como atos sociais.
Afinal, é possível crer sem praticar? Algumas pessoas deixam a prática religiosa com o argumento de que buscam uma maior autenticidade. Dizem não gostar de normas e ritos: preferem uma religião “mais espiritual”, sem estruturas. Esquecem-se de que somos seres humanos, não anjos. Os anjos não precisam de sinais, gestos e palavras para se relacionarem. Nós, ao contrário, usamos até nosso corpo como meio de comunicação. Traduzimos nossos sentimentos com um sorriso ou um aperto de mão, uma palavra ou um tapinha nas costas; fazemos questão de nos reunir com a família nos dias de festa e telefonamos para o amigo, cumprimentando-o no dia de seu aniversário; damos uma rosa para nossa mãe e nos encantamos com o gesto da criança que abre seus braços para acolher o pai que chega. Como, pois, relacionar-nos com Deus tão somente com a linguagem dos anjos, que nem conhecemos?

A fé nos introduz na família dos filhos e filhas de Deus; nela, é essencial a prática do amor a Deus e ao próximo. Nossa família cristã tem uma história, uma rica tradição e belíssimas celebrações. Pode ser que alguém não as entenda. Mas, antes de simplesmente ignorá-las ou, pior, de desprezá-las, não seria mais prudente procurar conhecê-las, penetrar em seu significado e descobrir seus valores? O essencial, já escreveu alguém, é invisível aos nossos olhos.
Não se pode querer uma fé sem gestos, com a desculpa da busca de maior autenticidade. O Pai eterno, quando nos quis demonstrar seu amor, levou em conta nosso jeito de ser, de pensar e agir. Mais do que expressar “espiritualmente” seu amor, concretizou-o: enviou-nos seu Filho, que habitou entre nós. Algumas Bíblias, em vez de traduzirem o ato descrito pelo evangelista João, na forma clássica – “e o Verbo se fez carne, e habitou entre nós” (Jo 1,14) –, preferem a expressão: “e armou sua tenda no meio de nós”, para expressar a idéia de que Deus, em Jesus Cristo, passou a morar em uma tenda ao lado da nossa. Em sua primeira carta, S. João dá um testemunho concreto dessa experiência de proximidade: “O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e o que as nossas mãos apalparam da Palavra da Vida (...) isso que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos, para que estejais em comunhão conosco” (1Jo 1,1.3). Ele considerou ter sido uma graça especial ter podido ouvir, ver e tocar o Filho de Deus. Jesus, por seu lado, tendo assumido a natureza humana, submeteu-se a ritos: passou noites em oração, foi ao Templo de Jerusalém e frequentou sinagogas.
“Creio, mas não pratico”. A fé (“creio”) e a vida (“não pratico”) não podem estar assim separadas. Por sua própria natureza, devem estar unidas. Uma fé sem obras é morta; obras, mesmo que piedosas, sem fé tornam-se vazias.
Por Dom Murilo Krieger, arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Libertos da tibieza



Josefa Alves 
Consagrada na Comunidade de Vida Shalom 

Em alguns períodos da nossa vida, podemos detectar em nós alguns dos sintomas da tibieza: a frieza, a apatia, o desânimo, a insatisfação com Deus e conosco mesmo, a falta de estímulos para a oração diária, e até mesmo a falta de forças para decidir por algo ou desistir de alguma coisa. Se sofremos deste mal, há esperança para nós e o remédio é infalível: precisamos de um novo, belo e santo Pentecostes! 

É preciso, em primeiro lugar, tomar consciência da nossa condição de necessitados de uma renovação constante do Espírito Santo em nossa vida. O clamor constante e a abertura necessária à ação da graça farão de nós homens e mulheres fervorosos, capacitados pelo Espírito a transbordar no mundo o amor infinito de Deus. 

Uma alma tíbia é uma alma morna, fraca, preguiçosa, desanimada e sem fervor. Esta “doença” traz sérias conseqüências, não só à nossa vida espiritual, mas a todas as realidades da nossa existência. Ela é conseqüência do pecado e desenvolve-se com facilidade nas almas que não são muito amigas das renúncias, sacrifícios e orações. Mas pouco adianta dizer, simplesmente, que é preciso aplicar à doença da tibieza o remédio do fervor. Seria como dizer a um doente que o remédio para ele é a saúde, ignorando que este é o seu problema: a falta de saúde. 

O único remédio contra a tibieza é o Espírito Santo, porque não existe verdadeiro fervor se não for inflamado pelo fogo do Espírito. O pecado endurece o coração e torna a pessoa indiferente a Deus. O Espírito nos aponta as raízes do pecado, fortalece-nos para a batalha, fecunda em nós os seus dons, purifica-nos, aquece e inflama o nosso ser. 

O Espírito Santo não se contenta em purificar-nos do pecado, mas prolonga a sua ação em nós até nos fazer “fervorosos no Espírito”. Comporta-se em nós como o fogo quando se apega à lenha úmida: primeiro a expurga, arrancando-lhe com barulho todas as impurezas, depois a inflama progressivamente, até que se torne toda incandescente e ela mesma se transforme em fogo. Ele, que faz novas todas as coisas, quer fazer fervorosos os homens tíbios. 

Concretamente, isto quer dizer que o Espírito Santo nos preserva de cair na tibieza, e se por acaso já nos encontrarmos neste estado, livra-nos dela. É impossível sair da tibieza sem uma intervenção decisiva do Espírito; se tentarmos fazê-lo mergulharemos ainda mais no pecado do orgulho. 


Olhemos para os apóstolos antes de Pentecostes: eram tíbios, incapazes de vigiar uma hora, discutiam sempre sobre quem seria o maior, ficavam espantados diante de qualquer ameaça. Depois que o Espírito veio sobre eles como línguas de fogo, tornaram-se a imagem viva do zelo, do fervor e da coragem. Fervorosos no pregar, no louvar a Deus, no fundar e organizar as Igrejas e, enfim, no sacrificar a vida por Cristo. 

Cirilo de Jerusalém escreve: “Os apóstolos receberam o fogo que queima os espinhos dos pecados e dá esplendor à alma”, e um escritor medieval escreve: “O Paráclito que, em línguas de fogo, desceu sobre os apóstolos e os discípulos, desce também sobre nós como fogo: para queimar e destruir a culpa, para purificar a natureza, para consolidar e aperfeiçoar a graça, para expulsar a preguiça de nossa tibieza e acender em nós o fervor do seu amor” (Hermann de Runa, Sermões Festivos, 31). 

Muitos santos passaram por um longo período de tibieza, mas nenhum deles foi santo sem ter sido encharcado, queimado, transformado pelo poder e ação viva do Espírito Santo. 

“Passei nesse mar tempestuoso quase vinte anos, ora caindo ora levantando. Mas levantava-me mal, pois tornava a cair. Tinha tão pouca perfeição que, por assim dizer, nenhuma conta fazia de pecados veniais. Se temia os mortais não era a ponto de me afastar dos perigos. Sei dizer que é uma das vidas mais penosas que se possa imaginar. Nem me alegrava em Deus, nem achava felicidade no mundo. Em meio aos contentamentos mundanos, a lembrança do que devia a Deus me atormentava. Quando estava com Deus, perturbavam-me as afeições do mundo” (Santa Teresa de Jesus, Vida, 8,2). 

Quando invocamos o Espírito, clamamos: “Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor”, e ainda: “Aquece o que está frio”. Às vezes este clamor também é frio, porque fria é a nossa esperança. Em Ezequiel 37 temos outra imagem clara de um povo tíbio: “nossos ossos estão secos, nossa esperança está morta”, mas é a poderosa ação do Espírito Santo que faz estes ossos secos retornarem à vida. 

Com o auxílio da graça, portanto, é possível sair da tibieza e passarmos da condição de frios e temerosos a fervorosos no Espírito! 

Bibliografia consultada: 
Cantalamessa, Raniero. O canto do Espírito. São Paulo: Vozes, 1998. 

Fonte: Revista Shalom Maná

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Release da Reunião de Sábado 21/01/12

A reunião da semana passada ficou por conta dos coordenadores de círculo, que nos trouxeram muitos momentos de oração e reflexão.
Tudo começou um “louvorzinho” para animar a galera, logo depois Nélio avivou em nós a verdade de que Deus está em nós e, para agir, basta que abramos o nosso coração.
A palavra que vem de Deus não é repetitiva (por mais que o mundo nos queira ensinar isso), o que se repete são as nossas atitudes e a forma como enxergamos o que nos é falado.


1. O povo que andava na escuridão viu uma grande luz, para os que habitavam as sombras da morte uma luz resplandeceu. 
2. Multiplicaste sua alegria, redobraste sua felicidade. Adiante de ti vão felizes, como na alegria da colheita, alegres como se repartissem conquistas de guerra. 
3. Pois a canga que lhes pesava ao pescoço, a vara que lhes batia nos ombros, o chicote dos capatazes, tudo quebraste como naquele dia de Madiã.        
4. Toda bota que marcha com barulho e a farda que se suja de sangue vão para a fogueira, alimento das chamas.           
5. Pois nasceu para nós um menino, um filho nos foi dado. O poder de governar está nos seus ombros. Seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai para sempre, Príncipe da Paz.        
6. Ele estenderá seu domínio e para a paz não haverá limites. Sentado no trono, com o poder real de Davi, fortalece e firma esse poder, com a prática do direito e da justiça, a partir de agora e para sempre. O amor apaixonado do SENHOR dos exércitos é que há de fazer tudo isso.

Deus nos anuncia que a paz verdadeira que precisamos está no servir ao Senhor.
Muitas vezes temos medo de anunciar o reino de Deus, mesmo sabendo das maravilhas que Ele faz em nossas vidas. O mundo precisa de santos, de quem tenha a coragem de levar o Senhor aqueles que precisam e não O conhecem.
Deus, com a sua misericórdia, nos resgata a cada momento que nos perdemos no caminho, mesmo como todas as nossas falhas, por isso precisamos saber retribuir e falar a todos sobre esse amor que recebemos.


Ninguém é obrigado a nada, mas Deus quer que nós nos amemos, já que todos os dias Ele declara o seu amor por nós. Ao acordar, Deus nos diz que é nosso, mas com os acontecimentos, deixamos que as graças derramadas se percam.
O Senhor pagou um alto preço por nós, e continua se entregando e caminhando conosco a todo instante, façamos um pouco de silêncio, porque é assim que o Pai se revela e nos orienta.
Taynan n Quintana do Amaral

Enquanto o homem enxerga as aparências, Deus vê o coração


Algumas pessoas costumam pensar que é pela aparência ou pela posição social que se chega a algum lugar e, por isso, acabam julgando as pessoas através desses quesitos, procurando atrair para a sua companhia apenas aqueles que são ditos “bonitos” e que possuem um status na sociedade.
E toda essa análise crítica do perfil alheio faz germinar no coração humano o preconceito, discriminação, a depressão e outras doenças sociais.
Engraçado é que, se analisarmos a Bíblia, podemos constatar que, ao contrário do que vemos em nossa sociedade, os grandes líderes eleitos por Deus eram pessoas simples e que, inicialmente, viviam à margem da sociedade; Moisés era filho adotivo, fugitivo e tímido; Davi era muito jovem, pequeno e, fisicamente fraco; Samuel foi um filho gerado através de um milagre, e era um servidor do templo.
A diferença entre nós, seres humanos, e Deus é que só sabemos olhar para a “capa”. Se aparentemente o “produto” não for bom, não nos damos ao trabalho de avaliar o “conteúdo”.
Deus pede a nós o mesmo que pediu a Samuel: que não olhemos as aparências. Deus elege os seus pelo que há em seus corações, e nós assim também devemos fazer ao escolher aqueles que estarão ao nosso lado, seja como amigos, funcionários de nossa empresa, namorado (a) ou esposo (a).
Não procuremos estar com as pessoas apenas por elas serem populares, fisicamente bonitas ou bem sucedidas financeiramente, pois nada disso será levado como herança para a vida com Cristo.
Provavelmente, por causa de nosso preconceito e discriminação, já deixamos pessoas especiais passarem por nossa vida sem que tivessem a chance de nos mostrar o quanto eram maravilhosas.
Aprendamos a olhar o próximo com os olhos de Deus.
Que o Senhor nos abençoe!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

As carícias no namoro

A maneira como homens e mulheres expressam seus afetos é diferente

 Durante o namoro aprendemos que aquelas expressões de carinho muito comuns entre amigos, quando se trata desse novo momento na vida da pessoa, tendem a ganhar um diferencial. Muitas vezes, essa nova maneira de manifestar o apreço por alguém poderá não ser o modo mais apropriado para quem está no processo da descoberta da pessoa com quem almeja estabelecer vínculos.
 A maneira como homens e mulheres expressam seus afetos é diferente. As mulheres, as quais levam o título de pessoas românticas, demonstram seus carinhos mais no aspecto emocional. Sem rodeios, elas falam que amam, mostram que estão felizes no relacionamento na maneira de olhar e de tocar o namorado. Pelos gestos da namorada são transmitidos, de forma não verbalizada, a empatia pelo outro, entre outras delicadezas, consideradas por elas uma forma de nutrir o relacionamento conquistado. Da mesma maneira como expressam a felicidade, elas também sabem manifestar insatisfação. Assim, para os homens mais atentos aos detalhes, não será preciso perguntar o que aconteceu para entenderem o que a mulher está “dizendo” por meio de seus gestos.
 Entre os namorados, há também o modo como os rapazes comumente se comportam. Como característica, podemos mencionar a sua habilidade de enxergar e resolver os problemas de maneira mais analítica, quase sempre sem levar em consideração ou atentar para as possíveis consequências de suas atitudes. Eles estão prontos para encontrar soluções para os problemas. Se a questão for equacionar um mal-entendido, é bem próprio dos homens querer, naquele momento, discuti-lo, mesmo que a ocasião não seja a mais apropriada para uma conversa esclarecedora… Por outro lado, apesar da aparente determinação, muitas vezes, tem-se a impressão de que atitudes mais românticas para o sexo masculino, como por exemplo caminhar pela rua, em direção à casa da namorada, com um ramalhete de flores, é mais difícil do que enfrentar um cachorro louco!


 Mas, durante o namoro, ninguém tem a certeza de que aquela pessoa será o (a) esposo (a) com quem buscamos partilhar a nossa vida. É na vivência desse tempo que vamos colher informações para fazer a nossa escolha para o próximo passo. Nesse processo de conhecimento propiciado pelo namoro, haverá também momentos de maior intimidade. Oportunidade para que os casais, dentro de uma maior privacidade, possam se conhecer naquilo que é próprio do outro. Enquanto que para um deles o termo “se fazer conhecer” significa saber mais a respeito do outro, para a outra pessoa pode significar um convite para maiores intimidades. Aliás, para alguns casais, até no significado da palavra “intimidade”, que “diz respeito aos sentimentos ou pensamentos mais íntimos de alguém”, segundo definição do Dicionário Houaiss, há sentido único e voltado ao sexo.
 Contudo, muitos casais, atropelando as etapas do namoro, começam a viver a intimidade no sentido mais irrestrito da palavra, já nos primeiros meses de relacionamento. É claro que dependendo da maneira como o casal manifesta o carinho pelo outro e no ambiente em que costumam namorar – quase sempre muito reservado –  os estímulos vão ser provocados. Independentemente da maturidade dos namorados, ao agir assim eles estarão se colocando à prova de algo muito mais forte, podendo correr o risco de inverter, completamente, a ordem natural desse processo de conhecimento que ambos se propuseram a viver.      Consequentemente, se o casal não assumir um novo comportamento dentro do namoro, eles mal conseguirão ficar sozinhos sem que seus hormônios borbulhem, fazendo com que a libido fale mais alto.
 Mais importante que desfrutar da intimidade do outro, será descobrir como trabalhar com as diferenças próprias do temperamento entre os casais, como também lidar com o autocontrole sem se deixar levar apenas pelos instintos.
 Ninguém deseja viver um namoro isento de toques e de manifestações de carinho, como beijos e abraços. Assim, uma primeira atitude para aqueles que buscam viver um namoro, dentro do seu processo natural, será de ter em mente que os limites para manifestar os carinhos pelo (a) namorado (a) devem ser estabelecidos por aquelas carícias que, se acaso fossem surpreendidos por alguém, em nada ofenderiam tal pessoa nem causariam maiores constrangimentos ao próprio casal.
Um abraço!

 

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Release da reunião de sábado - 14/01/2012

No último sábado a nossa reunião foi regada de muita oração, e começamos com muita alegria, cantando e dançando em um momento de louvor.
Luciano conduziu essa reunião e nos lembrou, que como já nos foi dito em outros encontros, ser de Deus quando tudo esta mal, é muito fácil, afinal de contas, Ele está sempre disposto a nos acolher, abraçar e amar, basta que entreguemos as nossas feridas.

Deus Me Abraça
Cleidimar Moreira

Onde posso apresentar minhas feridas
A quem posso entregar a minha vida

Só em Deus encontro refúgio
Só em Deus encontro a paz
Só em Deus encontro refúgio
Só em Deus

Deus me acolhe
Deus me abraça
Deus me ama (2x)


Mas assim como dizem por aí: “Quem não viver para servir, não serve para viver” (Mahatma Gandhi), e é isso que precisamos exercitar nos nossos dias. Devemos fazer uma autoavaliação, para que assumamos os nossos erros e não nos preocupemos em julgar os outros, somente dessa forma conseguiremos amar a Deus sem esperar nada em troca, pois saberemos amar ao próximo como a nós mesmos.
Deus sabe dos nossos sonhos, das nossas lutas, mas Ele é fiel, e só quer o mesmo de nós, que também sejamos fiéis ao amor dEle.

Deus É Fiel
Ministério Amor e Adoração

Deus está comigo,
Ele é o meu abrigo
Minha rocha, nada temerei
Sei que estou seguro
Dos perigos desse mundo
O senhor me livrará também

Para os que temem o senhor
Tudo acabara bem, ao final
Deus é fiel (2x)

Mesmo que não o veja,
E o coração se entristeça
Confiarei, comigo tu estás
Se à tarde vem o pranto,
Rezarei com o meu canto
De manhã a alegria chegará

Para os que temem o senhor
Tudo acabara bem, ao final
Deus é fiel (2x)

Confio em ti, és minha rocha, nada temerei
Tu és fiel (2x)

Para os que temem o senhor
Tudo acabara bem, ao final
Deus é fiel (2x)


O Senhor nos entregou o Seu filho, o Seu melhor, e a nossa fidelidade será provada a cada vez que nos empenharmos em dar o nosso melhor a Ele.
Sempre podemos fazer algo pelo próximo, porque sempre tem alguém em uma situação pior que a nossa, por isso temos a obrigação de agradecer o que nos acontece e tentar ajudar o irmão.
O EJC é um dos lugares onde podemos demonstrar a nossa fidelidade a Deus, assumindo que somos essa família e dando o melhor de nós... não é pedir muito, é só mostrarmos a Deus que somos dEle.

Por: Tay Quintana

A minha fé se fundamenta em uma palavra



Outro dia alguém criticou a minha fé, a pessoa estava convencida de que não era cristianismo a minha vivência católica, disse-me que eu precisava conhecer a verdade. Fiquei me questionando sobre qual verdade ela falava, pois certamente carregávamos verdades diferentes. Naquilo que ela tinha como verdade eu reconhecia um claro sinal de intolerância. A minha fé se fundamenta numa Palavra que gera vida, que nunca acusa ou exclui, que não condena ou agride, mas que tem como princípio primordial ser geradora de dignidade para as pessoas. A vida plena que Deus trouxe para a humanidade em Jesus Cristo não pode ser condenatória senão ela perde seu status de libertadora. A verdade que eu acredito não se impõe, não faz exigência, não faz acepção.
É impressionante como tantas pessoas têm a tentação de querer doutrinar até mesmo a Palavra de Deus dentro das suas próprias concepções, como se a elas pertencessem o direito de torcer o Evangelho, às vezes manipulá-lo, para que ele se enquadre dentro de uma visão particular ou de um grupo.



Não há espaço para intolerância numa sociedade como a nossa, não temos o direito de dizer ao outro que a sua fé é enganosa quando ela não coincide com a nossa. Se temos uma novidade para apresentar às pessoas, ela deve ser apresentada na gratuidade. Como cristão católico eu não tenho dúvida de que o Evangelho de Jesus Cristo seja uma novidade libertadora para mundo, mas isso não quer dizer que nós cristãos somos detentores, guardiões de uma chave única, muito menos acredito que ela exista. Quando estamos dispostos a anunciar em toda a parte o olhar cristão devemos tomar consciência de que as outras igrejas, as outras religiões, filosofias de vida, também têm algo para contribuir, para acrescentar à nossa fé, para ajudar na construção de uma nova humanidade.
De acordo com o documento Dignitatis Humanae, Declaração sobre a Liberdade Religiosa, “é patente que todos os povos se unem cada vez mais, que os homens de diferentes culturas e religiões estabelecem entre si relações mais estreitas, e que, finalmente, aumenta a consciência da responsabilidade própria de cada um. Por isso, para que se estabeleçam e consolidem as relações pacíficas e a concórdia no gênero humano, é necessário que, em toda a parte, a liberdade religiosa tenha uma eficaz tutela jurídica e que se respeitem os supremos deveres e direitos dos homens quanto à livre prática da religião na sociedade” (DH, 15). O mundo de paz e fraternidade que tanto sonhamos se constrói com gestos de todos e cada um.
Um dedo que aponta e acusa, impositor, não compreendeu ainda que no mandamento jesuítico de amar o próximo como a si mesmo está contida outras ações como respeitar e acolher. No final de tudo eu acredito que as preces originárias da honestidade interior e da bondade de cada homem serão acolhidas pelo mesmo Coração.

Fonte: http://www.msc.com.br/a-minha-fe-se-fundamenta-numa-palavra/


Por Fr. Girley de Oliveira Reis, mSC

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

"Fala, Senhor, que teu servo escuta"


Quem costuma acompanhar a liturgia diária pôde perceber que a primeira leitura e o Evangelho desse domingo já haviam sido lidos ao longo desse mês.
Mas, penso que essa repetição de leituras é proposital.
Na primeira leitura, o Profeta Samuel ouve, pela primeira vez, a voz do Senhor, que o invoca insistentemente. Já no Evangelho, João e André foram convidados por Jesus a conhecerem a sua casa.
Há momentos em nossa vida em que muitas mudanças acontecem: arranjamos um emprego, trocamos de emprego, começamos um relacionamento, mudamos de cidade, festas de fim de ano, festas de início de ano, viagens...
Contudo, apesar de tantas mudanças, o Senhor, constantemente, está a nos chamar e a nos convidar a estar com Ele, a visitar a Sua casa.
Não podemos parar de escutar a voz do Senhor, mesmo que estejamos “atolados de trabalho” ou até mesmo “curtindo umas férias”; também é obrigatória a nossa “frequencia” a Casa do Senhor. Ele nos convida a participar do seu banquete, e não podemos recusar.
Como é triste para nós quando fazemos questão de uma pessoa em nossa festa e ela não aparece! O Senhor também se entristece com a nossa ausência em sua casa, que é a igreja.
E, sempre que pudermos, ao passar em frente à igreja, paremos para conversar com Deus, pois Ele tem muito a nos falar.
Que o Senhor nos abençoe!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

O Cristão e a Leitura de horóscopo

  Muitas pessoas consultam todos os dias, em jornais, o seu horóscopo, pois acreditam que isso ajudaria a conhecer antecipadamente seu dia. Isso é possível? O que é astrologia? Tem sentido um cristão ler horóscopo?

  Desde antiguidade, como nos lembra A. Hamman é incontestável a influência do zodíaco sobre a mentalidade das antigas gerações. Um epitáfio cristão de uma criança precisa que ela nasceu na quarta hora da noite, do dia de Saturno, sendo, portanto, do signo de capricórnio o que lhe pressagiava uma morte prematura. Havia calendários, também chamados “listas egípcias”, que eram ao mesmo tempo científicos e religiosos. O homem de negócios ou da terra consultava-os como se fossem um evangelho, ate mesmo para saber se podia se aproximar de sua mulher.
  Até os Séculos IV e III a.C havia uma equivalência entre as palavras astronomia e astrologia. Porém, após essa época, a astrologia ficou sendo entendida como uma ciência ou arte de estudar a influência exercida pelos astros na vida do homem e da sociedade, ou seja, foi assumindo um aspecto mais de adivinhação. A astronomia por sua vez, se prendeu no aspecto mais científico, fundamentando-se no raciocínio e na observação.
  Alguns pensadores cristãos admitiam certa influência dos astros sobre a vida humana, mas se aceitar divindades pagãs e nem o destino.
  A presença, às vezes, do zodíaco em alguns prédios católicos não indica a aprovação da Igreja à astrologia, mas sim a uma referência a uma concepção de mundo de acordo com a consciência de uma época e também por uma questão simbólica, indicando, por exemplo, os ciclos de um ano.
  Ora, na medida em que o cristão crê na providência do Senhor, ele não deve sentir a necessidade de adivinhar o seu futuro. É Deus que conduz minha vida ou os astros, que foram criados por Ele?
  Ademais se os astros influenciam a partir do nascimento da pessoa, seu caráter, sua vida, como podemos falar de livre arbítrio, como podemos premiar ou responsabilizar uma pessoa por algo que não foi ela que escolheu?
  Enfim, peçamos ao Senhor a graça de crermos nele, que é o Cordeiro de Deus, que foi o primeiro a nos escolher e não rejeita todo aquele que nele crê. Só Deus nos basta.
  Não nos deixemos levar por coisas irracionais e emotivas, carentes de fundamentos sólidos.

Prof. Dr. Joel Gracioso.
Para aprofundar:
BETTENCOURT, E. Crenças, religiões, igrejas e seitas:quem são? Santo André: Editora Mensageiro de Santo Antonio, 1995.
HAMMAN, A. Santo Agostinho e seu tempo. São Paulo: Paulinas, 1989.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

A Luz do Senhor chegou para nós

 O Natal já passou; 2012 chegou para nós, mas ainda estamos vivendo o tempo do nascimento de Jesus, de sua manifestação em nosso meio.
E o mais belo de tudo isso é que, com a comemoração da natividade do Cristo, comemoramos a chegada da Luz sobre as trevas. O Senhor lança sua luz sobre nós.
Ele vem para iluminar as áreas escuras de nossa vida e nos dar dignidade e esperança. Faz brilhar em nossa fronte a sua marca: a marca de filhos de Deus.
O Senhor vem para realizar maravilhas em nosso meio, ele vem trazer novidade para nossa vida, e é preciso que estejamos atentos para captar os sinais de Jesus e fazer com que essa novidade se torne real.
O Senhor está diante de nós como um sinal de esperança: o que vamos pedir a Ele? O que vamos entregar em suas mãos?
É tempo de criar maior intimidade com o Bom Pastor, para que sua luz permaneça sempre em nossa caminhada, dissipando as trevas e nos ajudando a concluir a missão que Ele começou.
Deixe a luz, que é Jesus, iluminar os espaços escuro de seu coração!
Que o Senhor nos abençoe!

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Mensagem do Santo Padre,de 1º de Janeiro, Dia Mundial da Paz 2012.

Mensagem do Papa Bento XVI
O Dia Mundial da Paz 2012

Educar os jovens para a justiça e a paz
1. Início de um novo ano, dom de Deus à humanidade, induz-me a desejar a todos, com grande confiança e estima, de modo especial que este tempo, que se abre diante de nós, fique marcado concretamente pela justiça e a paz.

Com qual atitude devemos olhar para o novo ano? No salmo 130, encontramos uma imagem muito bela. O salmista diz que o homem de fé aguarda pelo Senhor "mais do que a sentinela pela aurora" (v. 6), aguarda por Ele com firme esperança, porque sabe que trará luz, misericórdia, salvação. Esta expectativa nasce da experiência do povo eleito, que reconhece ter sido educado por Deus a olhar o mundo na sua verdade sem se deixar abater pelas tribulações.
Convido-vos a olhar o ano de 2012 com esta atitude confiante. É verdade que, no ano que termina, cresceu o sentido de frustração por causa da crise que aflige a sociedade, o mundo do trabalho e a economia; uma crise cujas raízes são primariamente culturais e antropológicas. Quase parece que um manto de escuridão teria descido sobre o nosso tempo, impedindo de ver com clareza a luz do dia. Mas, nesta escuridão, o coração do homem não cessa de aguardar pela aurora de que fala o salmista.
Esta expectativa mostra-se particularmente viva e visível nos jovens; e é por isso que o meu pensamento se volta para eles, considerando o contributo que podem e devem oferecer à sociedade. Queria, pois, revestir a Mensagem para o XLV Dia Mundial da Paz duma perspectiva educativa: "Educar os jovens para a justiça e a paz", convencido de que eles podem, com o seu entusiasmo e idealismo, oferecer uma nova esperança ao mundo.
A minha Mensagem dirige-se também aos pais, às famílias, a todas as componentes educativas, formadoras, bem como aos responsáveis nos diversos âmbitos da vida religiosa, social, política, econômica, cultural e mediática. Prestar atenção ao mundo juvenil, saber escutá-lo e valorizá-lo para a construção dum futuro de justiça e de paz não é só uma oportunidade mas um dever primário de toda a sociedade. Trata-se de comunicar aos jovens o apreço pelo valor positivo da vida, suscitando neles o desejo de consumá-la ao serviço do Bem. Esta é uma tarefa, na qual todos nós estamos, pessoalmente, comprometidos.
As preocupações manifestadas por muitos jovens nestes últimos tempos, em várias regiões do mundo, exprimem o desejo de poder olhar para o futuro com fundada esperança. Na hora atual, muitos são os aspectos que os trazem apreensivos: o desejo de receber uma formação que os prepare de maneira mais profunda para enfrentar a realidade, a dificuldade de formar uma família e encontrar um emprego estável, a capacidade efetiva de intervir no mundo da política, da cultura e da economia contribuindo para a construção duma sociedade de rosto mais humano e solidário.
É importante que estes fermentos e o idealismo que encerram encontrem a devida atenção em todas as componentes da sociedade. A Igreja olha para os jovens com esperança, tem confiança neles e encoraja-os a procurarem a verdade, a defenderem o bem comum, a possuírem perspectivas abertas sobre o mundo e olhos capazes de ver "coisas novas" (Is 42, 9; 48, 6).
Os responsáveis da educação
2. A educação é a aventura mais fascinante e difícil da vida. Educar – na sua etimologia latina educere – significa conduzir para fora de si mesmo ao encontro da realidade, rumo a uma plenitude que faz crescer a pessoa. Este processo alimenta-se do encontro de duas liberdades: a do adulto e a do jovem. Isto exige a responsabilidade do discípulo, que deve estar disponível para se deixar guiar no conhecimento da realidade, e a do educador, que deve estar disposto a dar-se a si mesmo. Mas, para isso, não bastam meros dispensadores de regras e informações; são necessárias testemunhas autênticas, ou seja, testemunhas que saibam ver mais longe do que os outros, porque a sua vida abraça espaços mais amplos. A testemunha é alguém que vive, primeiro, o caminho que propõe.
E quais são os lugares onde amadurece uma verdadeira educação para a paz e a justiça? Antes de mais nada, a família, já que os pais são os primeiros educadores. A família é célula originária da sociedade. « É na família que os filhos aprendem os valores humanos e cristãos que permitem uma convivência construtiva e pacífica. É na família que aprendem a solidariedade entre as gerações, o respeito pelas regras, o perdão e o acolhimento do outro ». Esta é a primeira escola, onde se educa para a justiça e a paz.
Vivemos num mundo em que a família e até a própria vida se vêem constantemente ameaçadas e, não raro, destroçadas. Condições de trabalho frequentemente pouco compatíveis com as responsabilidades familiares, preocupações com o futuro, ritmos frenéticos de vida, emigração à procura dum adequado sustentamento se não mesmo da pura sobrevivência, acabam por tornar difícil a possibilidade de assegurar aos filhos um dos bens mais preciosos: a presença dos pais; uma presença, que permita compartilhar de forma cada vez mais profunda o caminho para se poder transmitir a experiência e as certezas adquiridas com os anos – o que só se torna viável com o tempo passado juntos. Queria aqui dizer aos pais para não desanimarem! Com o exemplo da sua vida, induzam os filhos a colocar a esperança antes de tudo em Deus, o único de quem surgem justiça e paz autênticas.
Quero dirigir-me também aos responsáveis das instituições com tarefas educativas: Velem, com grande sentido de responsabilidade, por que seja respeitada e valorizada em todas as circunstâncias a dignidade de cada pessoa. Tenham a peito que cada jovem possa descobrir a sua própria vocação, acompanhando-o para fazer frutificar os dons que o Senhor lhe concedeu. Assegurem às famílias que os seus filhos não terão um caminho formativo em contraste com a sua consciência e os seus princípios religiosos.
Possa cada ambiente educativo ser lugar de abertura ao transcendente e aos outros; lugar de diálogo, coesão e escuta, onde o jovem se sinta valorizado nas suas capacidades e riquezas interiores e aprenda a apreciar os irmãos. Possa ensinar a saborear a alegria que deriva de viver dia após dia a caridade e a compaixão para com o próximo e de participar ativamente na construção duma sociedade mais humana e fraterna.
Dirijo-me, depois, aos responsáveis políticos, pedindo-lhes que ajudem concretamente as famílias e as instituições educativas a exercerem o seu direito dever de educar. Não deve jamais faltar um adequado apoio à maternidade e à paternidade. Atuem de modo que a ninguém seja negado o acesso à instrução e que as famílias possam escolher livremente as estruturas educativas consideradas mais idôneas para o bem dos seus filhos. Esforcem-se por favorecer a reunificação das famílias que estão separadas devido à necessidade de encontrar meios de subsistência.
Proporcionem aos jovens uma imagem transparente da política, como verdadeiro serviço para o bem de todos. Não posso deixar de fazer apelo ainda ao mundo dos media para que prestem a sua contribuição educativa. Na sociedade atual, os meios de comunicação de massa têm uma função particular: não só informam, mas também formam o espírito dos seus destinatários e, consequentemente, podem concorrer notavelmente para a educação dos jovens. É importante ter presente a ligação estreitíssima que existe entre educação e comunicação: de fato, a educação realiza-se por meio da comunicação, que influi positiva ou negativamente na formação da pessoa.
Também os jovens devem ter a coragem de começar, eles mesmos, a viver aquilo que pedem a quantos os rodeiam. Que tenham a força de fazer um uso bom e consciente da liberdade, pois cabe-lhes em tudo isto uma grande responsabilidade: são responsáveis pela sua própria educação e formação para a justiça e a paz.
Educar para a verdade e a liberdade
3. Santo Agostinho perguntava-se: "Quid enim fortius desiderat anima quam veritatem – que deseja o homem mais intensamente do que a verdade?". O rosto humano duma sociedade depende muito da contribuição da educação para manter viva esta questão inevitável. De fato, a educação diz respeito à formação integral da pessoa, incluindo a dimensão moral e espiritual do seu ser, tendo em vista o seu fim último e o bem da sociedade a que pertence.
Por isso, a fim de educar para a verdade, é preciso antes de mais nada saber que é a pessoa humana, conhecer a sua natureza. Olhando a realidade que o rodeava, o salmista pôs-se a pensar: « Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos, a lua e as estrelas que Vós criastes: que é o homem para Vos lembrardes dele, o filho do homem para com ele Vos preocupardes? » (Sal 8, 4-5). Esta é a pergunta fundamental que nos devemos colocar: Que é o homem?
O homem é um ser que traz no coração uma sede de infinito, uma sede de verdade – não uma verdade parcial, mas capaz de explicar o sentido da vida –, porque foi criado à imagem e semelhança de Deus. Assim, o fato de reconhecer com gratidão a vida como dom inestimável leva a descobrir a dignidade profunda e a inviolabilidade própria de cada pessoa.
Por isso, a primeira educação consiste em aprender a reconhecer no homem a imagem do Criador e, consequentemente, a ter um profundo respeito por cada ser humano e ajudar os outros a realizarem uma vida conforme a esta sublime dignidade. É preciso não esquecer jamais que « o autêntico desenvolvimento do homem diz respeito unitariamente à totalidade da pessoa em todas as suas dimensões », incluindo a transcendente, e que não se pode sacrificar a pessoa para alcançar um bem particular, seja ele econômico ou social, individual ou coletivo.
Só na relação com Deus é que o homem compreende o significado da sua liberdade, sendo tarefa da educação formar para a liberdade autêntica. Esta não é a ausência de vínculos, nem o império do livre arbítrio; não é o absolutismo do eu. Quando o homem se crê um ser absoluto, que não depende de nada nem de ninguém e pode fazer tudo o que lhe apetece, acaba por contradizer a verdade do seu ser e perder a sua liberdade. De fato, o homem é precisamente o contrário: um ser relacional, que vive em relação com os outros e sobretudo com Deus. A liberdade autêntica não pode jamais ser alcançada, afastando-se d’Ele.
A liberdade é um valor precioso, mas delicado: pode ser mal entendida e usada mal. « Hoje um obstáculo particularmente insidioso à ação educativa é constituído pela presença maciça, na nossa sociedade e cultura, daquele relativismo que, nada reconhecendo como definitivo, deixa como última medida somente o próprio eu com os seus desejos e, sob a aparência da liberdade, torna-se para cada pessoa uma prisão, porque separa uns dos outros, reduzindo cada um a permanecer fechado dentro do próprio “eu”.
Dentro de um horizonte relativista como este, não é possível, portanto, uma verdadeira educação: sem a luz da verdade, mais cedo ou mais tarde cada pessoa está, de fato, condenada a duvidar da bondade da sua própria vida e das relações que a constituem, da validez do seu compromisso para construir com os outros algo em comum ». Por conseguinte o homem, para exercer a sua liberdade, deve superar o horizonte relativista e conhecer a verdade sobre si próprio e a verdade acerca do que é bem e do que é mal.
No íntimo da consciência, o homem descobre uma lei que não se impôs a si mesmo, mas à qual deve obedecer e cuja voz o chama a amar e fazer o bem e a fugir do mal, a assumir a responsabilidade do bem cumprido e do mal praticado. Por isso o exercício da liberdade está intimamente ligado com a lei moral natural, que tem caráter universal, exprime a dignidade de cada pessoa, coloca a base dos seus direitos e deveres fundamentais e, consequentemente, da convivência justa e pacífica entre as pessoas.
Assim o reto uso da liberdade é um ponto central na promoção da justiça e da paz, que exigem a cada um o respeito por si próprio e pelo outro, mesmo possuindo um modo de ser e viver distante do meu. Desta atitude derivam os elementos sem os quais paz e justiça permanecem palavras desprovidas de conteúdo: a confiança recíproca, a capacidade de encetar um diálogo construtivo, a possibilidade do perdão, que muitas vezes se quereria obter mas sente-se dificuldade em conceder, a caridade mútua, a compaixão para com os mais frágeis, e também a prontidão ao sacrifício.
Educar para a justiça
4. No nosso mundo, onde o valor da pessoa, da sua dignidade e dos seus direitos, não obstante as proclamações de intentos, está seriamente ameaçado pela tendência generalizada de recorrer exclusivamente aos critérios da utilidade, do lucro e do ter, é importante não separar das suas raízes transcendentes o conceito de justiça. De fato, a justiça não é uma simples convenção humana, pois o que é justo determina-se originariamente não pela lei positiva, mas pela identidade profunda do ser humano. É a visão integral do homem que impede de cair numa concepção contratualista da justiça e permite abrir também para ela o horizonte da solidariedade e do amor.
Não podemos ignorar que certas correntes da cultura moderna, apoiadas em princípios econômicos racionalistas e individualistas, alienaram das suas raízes transcendentes o conceito de justiça, separando-o da caridade e da solidariedade. Ora « a “cidade do homem” não se move apenas por relações feitas de direitos e de deveres, mas antes e sobretudo por relações de gratuidade, misericórdia e comunhão. A caridade manifesta sempre, mesmo nas relações humanas, o amor de Deus; dá valor teologal e salvífico a todo o empenho de justiça no mundo ».
"Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados" (Mt 5, 6). Serão saciados, porque têm fome e sede de relações justas com Deus, consigo mesmo, com os seus irmãos e irmãs, com a criação inteira.
Educar para a paz
5. « A paz não é só ausência de guerra, nem se limita a assegurar o equilíbrio das forças adversas. A paz não é possível na terra sem a salvaguarda dos bens das pessoas, a livre comunicação entre os seres humanos, o respeito pela dignidade das pessoas e dos povos e a prática assídua da fraternidade ». A paz é fruto da justiça e efeito da caridade. É, antes de mais nada, dom de Deus. Nós, os cristãos, acreditamos que a nossa verdadeira paz é Cristo: n’Ele, na sua Cruz, Deus reconciliou consigo o mundo e destruiu as barreiras que nos separavam uns dos outros (cf. Ef 2, 14-18); n’Ele, há uma única família reconciliada no amor.
A paz, porém, não é apenas dom a ser recebido, mas obra a ser construída. Para sermos verdadeiramente artífices de paz, devemos educar-nos para a compaixão, a solidariedade, a colaboração, a fraternidade, ser ativos dentro da comunidade e solícitos em despertar as consciências para as questões nacionais e internacionais e para a importância de procurar adequadas modalidades de redistribuição da riqueza, de promoção do crescimento, de cooperação para o desenvolvimento e de resolução dos conflitos.
« Felizes os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus » – diz Jesus no sermão da montanha (Mt 5, 9). A paz para todos nasce da justiça de cada um, e ninguém pode subtrair-se a este compromisso essencial de promover a justiça segundo as respectivas competências e responsabilidades. De forma particular convido os jovens, que conservam viva a tensão pelos ideais, a procurarem com paciência e tenacidade a justiça e a paz e a cultivarem o gosto pelo que é justo e verdadeiro, mesmo quando isso lhes possa exigir sacrifícios e obrigue a caminhar contracorrente.
Levantar os olhos para Deus
6. Perante o árduo desafio de percorrer os caminhos da justiça e da paz, podemos ser tentados a interrogar-nos como o salmista: « Levanto os olhos para os montes, de onde me virá o auxílio? » (Sal 121, 1). A todos, particularmente aos jovens, quero bradar: « Não são as ideologias que salvam o mundo, mas unicamente o voltar-se para o Deus vivo, que é o nosso criador, o garante da nossa liberdade, o garante do que é deveras bom e verdadeiro (…), o voltar-se sem reservas para Deus, que é a medida do que é justo e, ao mesmo tempo, é o amor eterno. E que mais nos poderia salvar senão o amor? ».
O amor rejubila com a verdade, é a força que torna capaz de comprometer-se pela verdade, pela justiça, pela paz, porque tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (cf. 1 Cor 13, 1-13).
Queridos jovens, vós sois um dom precioso para a sociedade. Diante das dificuldades, não vos deixeis invadir pelo desânimo nem vos abandoneis a falsas soluções, que frequentemente se apresentam como o caminho mais fácil para superar os problemas. Não tenhais medo de vos empenhar, de enfrentar a fadiga e o sacrifício, de optar por caminhos que requerem fidelidade e constância, humildade e dedicação. Vivei com confiança a vossa juventude e os anseios profundos que sentis de felicidade, verdade, beleza e amor verdadeiro. Vivei intensamente esta fase da vida, tão rica e cheia de entusiasmo.
Sabei que vós mesmos servis de exemplo e estímulo para os adultos, e tanto mais o sereis quanto mais vos esforçardes por superar as injustiças e a corrupção, quanto mais desejardes um futuro melhor e vos comprometerdes a construí-lo. Cientes das vossas potencialidades, nunca vos fecheis em vós próprios, mas trabalhai por um futuro mais luminoso para todos. Nunca vos sintais sozinhos! A Igreja confia em vós, acompanha-vos, encoraja-vos e deseja oferecer-vos o que tem de mais precioso: a possibilidade de levantar os olhos para Deus, de encontrar Jesus Cristo – Ele que é a justiça e a paz.
Oh vós todos, homens e mulheres, que tendes a peito a causa da paz! Esta não é um bem já alcançado mas uma meta, à qual todos e cada um deve aspirar. Olhemos, pois, o futuro com maior esperança, encorajemo-nos mutuamente ao longo do nosso caminho, trabalhemos para dar ao nosso mundo um rosto mais humano e fraterno e sintamo-nos unidos na responsabilidade que temos para com as jovens gerações, presentes e futuras, nomeadamente quanto à sua educação para se tornarem pacíficas e pacificadoras! Apoiado em tal certeza, envio-vos estas reflexões que se fazem apelo: Unamos as nossas forças espirituais, morais e materiais, a fim de « educar os jovens para a justiça e a paz ».

Vaticano, 8 de dezembro de 2011

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Deixemos o Pai guiar a nossa vida neste ano que se inicia


Ano novo vida nova; essa é a frase que costumamos dizer em todas as viradas de ano. Mas o que estamos fazendo para proporcionar essa vida nova para nós e para os que nos cercam? Então começamos a avaliar o que fizemos no ano que se passou e a meditar sobre o que pode ser melhorado, estabelecemos metas e planos para o ano que se inicia. Contudo, é necessário buscar o Senhor em todos esse planos, estabelecendo-os à Luz Divina e, é claro, guardando a certeza de que nem sempre essas metas serão alcançadas, pois, como já estamos “carecas de saber”, nem sempre os planos de Deus coincidem com os nossos. Então também é necessário pedir muita força e sabedoria ao Pai para a caminhada e, principalmente, submissão e conformação à vontade divina. Importante é não estabelecer datas para o fim dos problemas e sofrimentos; isso é responsabilidade divina, pois só o Senhor sabe quanto tempo é necessário para o polimento da pedra preciosa que é a nossa vida; mas devemos impor o hoje como o dia da mudança de nossas atitudes, como o dia da nossa entrega a Deus, para que Ele conduza a nossa história.  Não necessariamente teremos “muito dinheiro no bolso e saúde para dar e vender”, mas, deixando o Senhor guiar os nossos passos, alcançaremos o necessário para uma vida plena de felicidade verdadeira.
Que o Senhor continue a nos abençoar neste ano de 2012!