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sábado, 18 de fevereiro de 2012

EJC - INFORMA



Olá Irmãos e Irmãs!

Novidade no XVI NA ALEGRIA COM JESUS  além das presenças dos padres Erivelto, Pe Luis e Dom Aloísio, vem o Paulão e a Lú da Comunidade Aliança de Misericórdia, foi acrescentado o cantos católico Eros Biondini da Comunidade Mundo Novo.


“Eis que vos exorto a reavivar o dom de Deus que está em ti ”.  
(2ª Tm 1,6)

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Ame a si mesmo como ao próximo


Jesus nos deixou um outro mandamento além daqueles dez recebidos por Moisés no Monte Sinai: “amar ao próximo como a si mesmo”.

Hoje tomo a liberdade de inverter os “sujeitos” dessa frase, não para contrariar o que o Nosso Mestre pregou, mas para dizer que, antes de amar ao próximo, devemos nos amar primeiro, só assim o mandamento de Jesus pode se cumprir.

Há pessoas que se entregam tanto às outras, seja num relacionamento amoroso ou numa amizade, que acabam por anular a si mesmos, perdendo o amor próprio.

É possível perceber esse comportamento na pessoa que deixa de fazer as coisas que gosta para fazer só o que o outro gosta; quando alguém se deixa ser humilhado e rebaixado por seu “amado”, em geral, na frente de outras pessoas.

Num relacionamento, é primordial que ambos os envolvidos abram mão de algumas coisas, mas não de todas. Há uma grande diferença entre respeito e submissão.

Não é necessário se humilhar para ter o amor de ninguém, pois o Amor Verdadeiro nos é dado todos os dias, gratuitamente.

Logo, é necessário estar atento a esses fatos. Mesmo que você ame a pessoa, se ela não lhe trata bem, ou se você se anula por causa dela, esse relacionamento é doentio, e precisa ser revisto com a máxima urgência!

Para amar alguém, é necessário que, primeiro, haja um amor por si mesmo. Ninguém é mais especial ou mais importante do que você. Deus ama a todos igualmente.

Portanto, se quer ser valorizado e amado, valorize-se e ame-se!

Que o Senhor nos abençoe!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Educar os jovens para a justiça e a paz




Com este tema o Papa Bento XVI deixou-nos uma profunda mensagem para o Dia Mundial da Paz, centrando seu pensamento nos jovens e sua educação. Diante das sombras que pairam sobre o mundo, educar os jovens é a saída e a esperança; mas para isso é preciso formá-los  no conhecimento da verdade e nas virtudes. E o Papa traça o itinerário a ser percorrido: educar os jovens para a compaixão, a solidariedade, a colaboração, a fraternidade, porque a crise que aflige a sociedade, mais do que financeira é uma crise cujas raízes são culturais e humanas.

Como os jovens são o futuro do mundo, então é preciso educá-los na esperança, fazendo-os ter apreço pelo valor da vida, sem medo de formar uma família e serem preparados para ter a capacidade de intervir no mundo da política, da cultura e da economia, contribuindo para a construção de uma sociedade melhor para todos.

O Papa insiste que a Igreja olha para os jovens com esperança, e encoraja-os a procurar a verdade e a defender o bem comum, Para isso é preciso dar-lhes uma educação integral, que não se limite ao corpo e ao intelecto, mas que atinja também a dimensão transcende, a vida espiritual. Ele relembra-nos que a educação é “a aventura mais fascinante e difícil da vida” que significa fazer crescer a pessoa de forma integral sem perder de vista a dimensão moral e espiritual do seu ser e o seu fim último que é Deus e o bem da sociedade.

Para que o jovem seja educado adequadamente, deverá antes de tudo receber na família, onde os pais são os primeiros educadores, as lições das virtudes e aprender a colocar a esperança antes de tudo em Deus. Que cada ambiente educativo seja aberto ao transcendente, e não se perca no materialismo e no consumismo alienante.
Que os jovens sejam levados a apreciar e valorizar os irmãos, fugindo do egoísmo vazio. Que as instituições, especialmente o Estado, cooperem com a família e respeite os valores morais e religiosos dos pais, sem intervir neste espaço sagrado. Que os políticos deem aos jovens um exemplo transparente na política, como verdadeiro serviço para o bem de todos, sem politicagem, corrupção, e outros maus exemplos aos jovens. Que os meios de comunicação de massa informem segundo a verdade e a responsabilidade, com ética e respeito. Que se ensine aos jovens fazer uso bom e consciente da liberdade.

Sobre este aspecto da liberdade o Papa insiste na necessidade de educar para a verdade e para a liberdade porque o jovem traz no coração uma sede de infinito, que é também uma sede de verdade plena, capaz de explicar o sentido da vida: ele foi criado à imagem e semelhança de Deus. Não é possível educar o jovem sem leva-lo a reconhecer em si e nos outros a imagem de Deus, e assim ter um profundo respeito por cada ser humano. Sem a relação com Deus o homem não pode compreender o significado da sua liberdade. Sem isso ele se acha um ser absoluto, independente de tudo e de todos, podendo fazer tudo o que quer, acabando por  anular  a verdade sobre si mesmo e perdendo a verdadeira liberdade. Isso leva-o a viver numa terrível prisão fechado dentro do próprio “eu”.

O Papa denuncia em sua mensagem certa cultura moderna, baseada em princípios económicos racionalistas e individualistas, e que desvirtuam o conceito de justiça, separando-o da caridade e da fraternidade. E mais uma vez lembra o perigo do relativismo, que ele tem chamado de uma ditadura, que nada reconhece como definitivo, e que deixa apenas o eu como última medida. Isto gera uma falsa e perigosa liberdade. Dentro de um horizonte relativista como este, não é possível uma verdadeira educação, porque sem a luz da verdade a pessoa está condenada a duvidar da bondade da sua própria vida e da possibilidade de construir com os outros algo em comum.

Por fim o Papa lembra que para os cristãos, Cristo é a nossa verdadeira paz: n’Ele, na sua Cruz. Insiste que não são as ideologias que salvam o mundo – elas geraram muitas mortes –  mas a fé no Deus vivo é que garante a nossa liberdade, o que é bom e verdadeiro.

Aos jovens pede que fujam das “soluções fáceis para problemas difíceis”, como já tinha dito Paulo VI, e que destrói o mundo. Não se iludam com soluções fáceis para resolver os problemas. E que cientes dos seus talentos e potencialidades, nunca se fechem se si mesmos, mas que trabalhem por um mundo melhor para todos.

Prof. Felipe Aquino

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

A Prosperidade

Numa visão antiga, que vem sendo muito retomada nos últimos tempos, é a ideia de que Deus recompensa os bons e castiga os maus nesta vida. O que está claro é que a vida humana vive de altos e baixos, de alegrias e sofrimentos, o que constitui um mistério.
Pensando bem, não há explicação para o sofrimento. Jó nos mostra que Deus está presente onde o ser humano sofre. Nos evangelhos entendemos que Jesus cura quem sofre, mostra que Deus conhece o sofrimento do humano por dentro e o assume até o fim.
Falar de prosperidade é ater-se a uma vida sem sofrimento, de mirar para alvo que só ocasiona gozo e alegria. Esta pode ser uma visão cristã da vida, isto é, prosperidade significando intimidade com Deus, realizando o maior de todos os mandamentos, o amor.
É contra os princípios do evangelho ancorar-se na artimanha da prosperidade, para ferir a liberdade das pessoas, extorquindo delas bens materiais. Pior ainda quando isto é feito em nome de Deus. Isto passa a causar a queda de quem é “fraco na fé”.
O anúncio da Palavra de Deus pode estar cheio de ambiguidades, carregado de atitudes escusas. Ela pode ser instrumentalizada para atender aquilo que não favorece o bem comum. Deixa de ser uma Palavra de gratuidade e de transformação.
A Palavra de Deus é fonte de prosperidade espiritual. Ela aciona os corações e as mentes para a liberdade e abertura ao verdadeiro bem. Não pode ser “privatizada” para bens materiais e enriquecimento ilícito, explorando a sensibilidade das pessoas.
Não podemos ver nas doenças e sofrimentos um castigo. Aí acontece a manifestação do mistério divino. Sabemos que muitos sofrimentos são provocados por imprudências, vícios e atitudes irresponsáveis. Normalmente, o egoísmo aumenta o sofrimento.
É violência enganar as pessoas com falsas promessas de prosperidade, que até causam nos sofredores um sentimento de culpa. Muitos se perguntam: que fiz de errado? Por que mereci isto? O importante é dar sinais do amor de Deus, que é nosso Pai.
Fonte:http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/
Dom Paulo Mendes Peixoto
Bispo de São José do Rio Preto (SP)

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Ele fala no silêncio

 Cidade do Vaticano (RV) -  Em meio a tanto tumulto, a tanta falação, as pessoas se sentem perdidas e buscam algo que lhes dê segurança, norte, que as oriente para o caminho certo, é isso que elas desejam.
Essa situação se dá hoje e se verificava também no tempo de Samuel, um profeta do século XI a. C. que recebeu do Sehor a missão de levar ao povo a palavra de Deus.
Contudo, Deus se manifesta na vida de Samuel de um modo muito discreto, apenas falando ao seu coração. Ele fala no silêncio, quando não existem ruídos que possam abafar ou atrapalhar sua palavra.
Ele nos fala nos chamando pelo nome, isto é, tocando nossa intimidade, todo nosso ser.
Identificamos sua palavra prestando atenção e não nos distraindo com as dificuldades.
O texto da 1ª leitura, do Livro de Samuel, nos fala tudo isso e também que Samuel precisou da ajuda de Eli para reconhecer a vontade do Senhor. Pode ser que também nós precisemos consultar alguém mais experiente nas coisas de Deus.

 Quem é persistente ouve a voz do Senhor e sabe qual é sua missão, o que Deus pretende dele ou dela neste mundo ou naquela situação concreta. A pessoa passa a ter um norte, sua vida passa a ter sentido.
No Evangelho vemos João Batista, o homem humilde, que vive plenamente sua missão de precursor do Messias levando os homens para Cristo, e não para ele mesmo. Como seria tão diferente o nosso mundo se as pessoas não agissem como se o Universo se reduzisse ao seu próprio umbigo! João Batista tem consciência de que ele é ponte e não o objetivo final. Jesus Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida que o ser humano busca. Somente ele sacia a nossa sede. Todo homem é convidado ao encontro com Cristo e a levar seus entes queridos, senão todos os homens, ao encontro com o Senhor da Felicidade, da Vida!
É necessário viver essa experiência do encontro com o Senhor, de viver de sua intimidade. É o Senhor quem nos convida.
 Estejamos certos de que, se no meio do burburinho desta vida, sentimos um desejo de Deus, de pensar na Vida, é Ele, o Senhor, quem nos chama, quem nos convida para um encontro. Tenhamos coragem de sacrificar tudo aquilo que nos impede de ir até Ele, é o Amor quem nos chama!
Sejamos felizes como Samuel, João Batista, André, Pedro e tantos e tantas que souberam dizer sim a Deus e com isso pensaram grande, se libertaram da pequenez de uma vidinha fechada em si mesmo. Deus nos ama e quer habitar em nós. Ele quer que sejamos de um coração grande como o dEle. Fomos chamados para o mais e somente o Mais poderá nos saciar plenamente e eternamente. (CA)

Video Excelente 10 CONSELHOS PARA QUEM QUER ARRUMAR UM NAMORADO.

PARA OS SOLTEIROS E OS NÃO SOLTEIROS.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Os Ensinamentos de São Paulo




O mais miserável dos cristãos é aquele que não evangeliza sua família

Quero meditar com você um pouco daquilo que o apóstolo Paulo deixou como ensinamento para nós cristãos. As treze cartas dele são a base para a teologia católica. Nas duas cartas que ele escreveu para São Tito e São Timóteo, que eram bispos, deu todas as direções de como deveria ser a Igreja. Essas direções são seguidas até hoje pela Igreja.

Um ponto muito importante é sobre a evangelização. O apóstolo dos gentios diz que pregar o Evangelho, para ele, não é motivo de glória, mas, sim, uma missão que lhe é imposta. “Ai de mim se não evangelizar”, afirma.

Paulo tinha como lema evangelizar; o resto para ele não tinha importância. Nós também devemos pensar assim! Evangelizar não significa que devemos obrigar todos a serem bons cristãos, mas devemos anunciar; não impor, mas propor. O mais miserável dos cristãos é aquele que não evangeliza sua família. Os jovens, hoje, não sabem quase nada de religião. Antigamente, os catequistas eram os pais, lamentavelmente, a família está sumindo. Muitas crianças não sabem nem quem é Jesus e muitos pais vivem como se Deus não existisse.

A primeira evangelização tem que ser da criança, pois ela é mais fácil de ser evangelizada. Mas, para isso, é preciso que a mãe e o pai a evangelize. Se eu tivesse um medalha de ouro, a daria para um bom catequista que evangeliza as crianças e fala de Deus para elas.

São Paulo disse a Timóteo: “Prega a Palavra, insiste oportuna e inoportunamente [...]. Porque virá o tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação” (II Timóteo 4.2a.3a). As pessoas, hoje, se atiram às fábulas; aparece qualquer um com seitas e as pessoas vão atrás, largam o Cristianismo. Portanto, você, cristão católico, pregue insistentemente a verdade!

Paulo disse que Deus quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade. A grande vontade de Jesus é que ninguém se perca. O Senhor disse que quando Ele encontra a ovelha perdida fica mais feliz do que com as 99 que não se perderam. Isso nos deve dar vontade de evangelizar! Imaginem a festa que vai haver no céu com as ovelhas perdidas que retornaram ao Senhor. Se você converter apenas duas pessoas, seu marido e seu filho, vai haver uma festa no céu.

Por que eu preciso evangelizar? Porque Deus ama a todos e deu o Sangue por cada um de nós! O amor de Cristo me constrange, me deixa envergonhado, Ele morreu por mim. São Ligório dizia que se existisse somente você, Jesus morreria somente por você. O amor de Cristo é individual, por isso, precisamos dar uma resposta a Ele. Semeie o Evangelho, seja pessoalmente, seja pela internet, ou qualquer outro meio.

A força mais poderosa para se evangelizar é a santidade. Quem é que mudou o mundo? Os santos! E nenhum deles usou a rádio, a internet, a televisão. Eles usaram a Palavra de Deus, evangelizaram com sua santidade. Santa Terezinha do Menino Jesus entrou no convento com 15 anos e morreu com 24; nunca fez palestra para ninguém, só escreveu um livro porque foi obrigada, mas evangelizou porque ela era santa.

A evangelização é importantíssima, mas, antes de cuidar do irmão precisamos cuidar da nossa evangelização, senão começamos a dar contratestemunho e as obras não adiantaram de nada. Nós nascemos predestinados para o céu.

A Igreja é a coluna e o alicerce da verdade, sem ela ninguém se salva. O credo se reza há dois mil anos e por que não muda? Porque o que é verdade não muda. A Igreja não tem dúvida daquilo que é essencial para nossa salvação.

Já tivemos 266 Papas, nunca um Pontífice cancelou um ensinamento da Igreja. Nunca na história dos 21 Concílios se cancelou uma doutrina da Igreja. São Paulo diz que Deus quer que todos se salvem, que cheguem à verdade e é por isso que, hoje, para sermos evangelizadores como o grande apóstolo, precisamos ser fiéis à Igreja.

Mas você pode dizer: “A Igreja errou no passado”. Uma coisa são os erros dos filhos da Igreja, outra coisa é a Igreja, que é santa. Os erros são nossos; houve, sim, Papas pecadores, bispos que erraram, que se tornaram até hereges. A Igreja tem muitos filhos indignos, mas ela é santa, tem muitos santos. A Igreja Católica já canonizou mais de 20 mil santos.

Ninguém ama a Cristo se não ama a Igreja. Muitos casamentos não dão certo porque não teve amor; tem muito amor falso, tem muita gente vivendo apenas um sentimentalismo. Jesus é o modelo de amar e, assim, nos ensinou a amar: “Amais-vos como eu vos amei”. Não existe amor sem cruz, sem renúncia. Não existe amor por alguém se você não disser “não” para você. O dia em que nos amarmos como Cristo nos amou o mundo vai mudar.

Prof. Felipe Aquino

Sobre repouso no Espirito Santo

Na Renovação Carismática, encontram-se várias manifestações do poder do Espírito Santo, que de início espantaram grandemente, mas que são agora mais facilmente admitidas como autênticas; é assim com o dom das línguas, das curas, a Efusão do Espírito, a imposição das mãos.

Mas há um fenômeno sobrenatural menos conhecido, que se torna cada vez mais frequente na Renovação Carismática: é o repouso no Espírito. Depois de um estudo atento sobressai, sem equívoco possível, que esta experiência encontra o seu fundamento na teologia.

Com efeito, o repouso no Espírito reveste-se das características do arrebatamento (que é uma espécie de êxtase) salvo na sua causa imediata, que é o pedido feito a Deus, numa oração apropriada. Convém lembrar que se encontra uma situação semelhante no Batismo do Espírito. Com efeito, este favor espiritual era normalmente concedido àqueles que faziam progressos notáveis na vida espiritual, enquanto que agora é recebido até pelos pecadores, por vezes de um modo instantâneo, na sequência de uma oração feita por outros para esse fim. É assim, também, para o repouso no Espírito. Outrora, apenas se encontrava (pelo menos na maior parte das vezes) nas pessoas avançadas na vida espiritual; pelo contrário, nos nossos dias, a oração ao Espírito Santo obtém-no até para os pecadores.

Como é um arrebatamento, o repouso no Espírito é da mesma família da ordem extática, mas não arrasta consigo a santificação da pessoa nalguns instantes. Esta experiência mística é destinada a favorecer uma vida cristã mais fervorosa ou uma conversão do coração. Habitualmente, o arrebatamento verifica-se em pessoas avançadas na vida espiritual, ou, como dizia Santa Teresa d'Ávila, que atingiram as sextas moradas do castelo interior. Não se chega, portanto, de um pulo, ao período do êxtase ou do arrebatamento; em geral este é precedido de uma série de etapas de contemplação infusa, das quais a menos elevada é chamada por Santa Teresa d'Ávila "oração de contemplação".

Lembremo-nos de que há três graus no êxtase:

1) O êxtase simples, quando este se produz lentamente, ou se não é muito forte;

2) O deslumbramento, quando o êxtase é súbito e violento;

3) O voo do espírito, quando, como diz Santa Teresa d'Ávila, "age de tal maneira que o espírito parece verdadeiramente sair do corpo".

Ora, as características do deslumbramento encontram-se no repouso no Espírito, salvo, evidentemente, o grau avançado de vida espiritual. Com efeito, acontece que Deus concede uma tal experiência espiritual a pessoas de virtude vulgar, ou a principiantes na vida espiritual, a fim de os atrair a Si.

O repouso no Espírito resulta, mais frequentemente, da imposição das mãos, ou pelo menos de um toque da mão na cabeça, embora esse gesto não seja sempre necessário. A pessoa começa a vacilar, para finalmente cair devagarinho para trás. Esta queda é causada por uma graça tão poderosa do Espírito Santo que o corpo já não pode suportá-la e, então, as suas forças abandonam-no. Contudo, é preciso esclarecer que a queda não é obrigatória e não condiciona, necessariamente, a recepção da graça. Por outro lado, aqueles que não "caem" são afetados por uma vertigem não desagradável, tremuras ou pernas debilitadas, mas estas manifestações físicas são impregnadas de doçura e de paz. A sensação interior de repouso no Espírito parece existir também nas pessoas que não caem.

Repouso no Espírito e Missão Divina

O repouso no Espírito supõe uma nova efusão do Espírito Santo ou, mais precisamente, como se chama em teologia, uma nova missão deste Espírito Divino. Lembremos que as Missões Divinas, quer dizer, o envio das Pessoas do Filho e do Espírito Santo, podem ser visíveis ou invisíveis. Estas últimas constituem as principais modalidades da ação santificadora da Trindade Santa nas nossas almas.

Quanto ao repouso no Espírito, não é uma nova vinda da Pessoa do Espírito Santo, já recebida no Batismo; pelo contrário, consiste numa nova efusão das suas graças e das suas manifestações. Esta nova efusão do Espírito Santo realiza, então, uma renovação real da relação da pessoa com o Espírito Santo que já a habita e uma experiência de Deus mais íntima, que se abre num conhecimento amoroso mais ardente.

O repouso no Espírito é, portanto, o efeito de uma missão divina, porque comporta o progresso na vida espiritual e porque constitui um novo estado de graça santificante.

Repouso e Batismo no Espírito

O repouso no Espírito resulta, portanto, de uma nova efusão do Espírito Santo, mas de um gênero diferente da que o Batismo no Espírito provoca. Com efeito, a experiência espiritual do repouso no Espírito parece realizar-se, sobretudo, ao nível da inteligência. Pelo contrário, o Batismo no Espírito verifica-se, em especial, ao nível da afetividade.

O repouso no Espírito desenvolve consideravelmente a acuidade intelectual, no sentido em que a atenção é mais levada para a experiência atual da intimidade divina. A consciência é amplificada, mas é desviada das realidades exteriores e é mais centrada na realidade sobrenatural. Por outro lado, os limites pessoais podem, também, tornarem-se mais manifestos. Há, portanto, um engrandecimento da lucidez interior sobre Deus e sobre si próprio.

O repouso no Espírito é um arrebatamento que interrompe o conhecimento que se pode adquirir por si próprio. O Espírito Santo não faz, portanto, um vazio na inteligência, mas suspende temporariamente a sua atividade, fixando-a em Deus. É isto que se chama, em teologia mística, a "ligação das faculdades".

Tudo o que a alma conhece pelas suas próprias forças não é nada, em comparação com os conhecimentos abundantes e rápidos que lhe são comunicados durante os arrebatamentos. O repouso no Espírito é frequentemente acompanhado de luzes especiais e novas, que se dirigem para Deus, para o Cristo, para a sua misericórdia, para o valor da vida cristã, para os pecados, para os defeitos, os insucessos, etc. Estas luzes não acontecem sempre explicitamente durante o repouso no Espírito, mas a sua compreensão desenvolve-se ao longo das horas ou dos dias que se seguem à experiência.

Durante os arrebatamentos e, portanto, durante o repouso no Espírito, Deus revela segredos de ordem sobrenatural; habitualmente, sente-se que a inteligência cresce, que há um aumento das faculdades superiores. Acodem ao espírito ideias profundas, mas é impossível explicá-las com detalhe e com precisão. Isto advém do fato não de que a inteligência estivesse como que adormecida, mas de que foi elevada a verdades que ultrapassam a capacidade do espírito humano.

Enquanto a inteligência conhece uma dilatação prodigiosa, a atividade da imaginação está suspensa durante os períodos culminantes. Quanto mais a luz é forte, mais a alma se sente encandeada, cega. Por outro lado, se ficarmos somente pelas aparências, o repouso no Espírito pode apresentar algumas semelhanças com os estados parapsicológicos, como os estados hipnóticos, histéricos, mediúnicos, magnéticos, letárgicos, cataléticos... Contudo, a semelhança é apenas exterior; apresenta-se somente nos fenómenos corporais, que têm relativamente pouca importância no repouso no Espírito. Quanto à sugestibilidade, pode, por vezes, contribuir para provocar o repouso no Espírito; contudo, não se deve exagerar a sua importância. De qualquer maneira, é impossível que a sugestão, por si própria, possa provocar uma reação tão violenta e tão súbita como o repouso no Espírito.

Repouso no Espírito e incapacidade corporal

O repouso no Espírito traduz-se, habitualmente, por uma incapacidade corporal. A pessoa começa por vacilar, para finalmente cair suavemente para trás; a energia física desvanece-se. A pessoa está como que ofuscada pela intensidade da presença interior do Espírito Santo. Há, então, incapacidade de adaptar o psiquismo e os sentidos a uma experiência espiritual tão intensa.

Em termos técnicos, pode dizer-se que, no decurso do repouso no Espírito, só o "Pneuma" se liberta para se "aquecer" no seio do Pai, enquanto que a "psique" está como que ligada desde que se deu a "invasão" do corpo pelo Espírito Santo. Enquanto a pessoa "repousa" no chão, parece estar num meio-sono, banhada numa grande paz. Terá, por vezes, a impressão de estar como num outro mundo, ou ainda, como do lado de fora do seu corpo. Saboreia uma grande alegria interior, um amor de Deus muito intenso, a que se junta por vezes uma cura física ou interior, ou opera-se uma conversão profunda. O repouso no Espírito dá, frequentemente, forças novas ao corpo e ao espírito, tal como o sono natural regenera as forças corporais. O repouso no Espírito é uma inibição reparadora.

Quanto à duração, vai de alguns segundos até algumas horas. Quanto mais tempo dura, mais a influência divina é susceptível de ser profunda. A maior parte das pessoas deseja não ser incomodada, a fim de saborear esta presença invulgar de Deus.

Como Recebê-lo

De uma maneira geral, pode dizer-se que uma pessoa que está habitualmente aberta às inspirações do Espírito Santo, esteja ou não avançada na vida espiritual, está mais disposta ao repouso no Espírito. Pode notar-se, contudo, uma diferença: é que a pessoa avançada continuará tranquila e sossegada, enquanto que a outra estará sujeita à emoção.

Se o repouso no Espírito não se produz, a pessoa poderá, até mesmo, ser santa e habituada à influência do Espírito. De qualquer maneira, é preciso evitar fazer um julgamento geral sobre as pessoas que recebem o repouso no Espírito e as que não recebem. Mas, em poucas palavras, pode dizer-se que apenas não se recebe o repouso no Espírito porque se resiste, recusando-o, ou então porque se está habituado à ação do Espírito em si próprio.


Por outro lado, o repouso no Espírito sobrevém, a maior parte das vezes, na oração. Pode tratar-se de um grupo de pessoas, mais ou menos considerável, reunido para uma oração comum, seja litúrgica, seja carismática; mas uma ocasião muito favorável é a celebração eucarística, especialmente depois da santa comunhão. Quanto mais a atmosfera está impregnada de oração, mais o repouso no Espírito se manifesta, por vezes mesmo sem as que as pessoas sejam tocadas por outras. A oração de louvor é uma causa particularmente eficaz do repouso no Espírito. Este repouso também se produz, muitas vezes, a seguir a um ministério de pregação, confinante a orações de cura. Convém assegurar um clima tranquilo na assembleia e evitar a exaltação da assistência e toda a procura de espetáculo.

Pe. O. Melançon, CSC
Ministério de Formação Renovação Carismáitca Católica de Brasília.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Viver o tempo do outro



“Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo do céus.” Essa frase é bem conhecida, pois foi tirada do livro de Eclesiastes da Sagrada Escritura, no capítulo 3.
Se essa verdade diz que para tudo há um tempo, logo, nós humanos também temos o nosso tempo. Cada um vive o seu tempo. “Amar é viver o tempo do outro”, disse uma vez padre Fábio de Melo.
É diferente quando queremos, por interesse, que o outro viva o nosso tempo. Isso não é amor, é egoísmo.
Amar é doação. Aquele que ama dá sua vida, ou seja, o seu tempo ao seu amado. O autor do amor deixa de viver o seu tempo para se fazer presente para o outro, gastar-se, doar-se, estar ao seu lado mesmo sem lhe dirigir uma palavra.

Nós temos o nosso tempo e Deus tem o d’Ele. São dois momentos distintos. Deus Pai deixa de viver o Seu tempo para viver o nosso. Uma das realidades mais concretas disso, na qual Deus viveu o nosso tempo, foi Jesus ter se encarnado e habitado no meio de nós (cf. João 1,14). Jesus viveu em tudo a condição humana, exceto o pecado (cf. Hb 4, 15). Cristo viveu o nosso tempo e o viverá sempre.
Deus nos proporciona situações a fim de que olhemos para nós mesmos e descubramos em que tempo estamos vivendo.
É verdade que Deus nos revela a nós mesmos, mas como viver o tempo do outro se não estamos vivendo corretamente o nosso? Logo, se eu respeitar o meu tempo, saberei viver respeitosamente o do outro.
A partir do momento em que vivemos a nossa realidade, Deus se dispõe a vivê-la também. Quando estamos sozinhos e precisamos muito de alguém para nos ouvir, na verdade, o nosso coração está pedindo: “Viva esse tempo comigo, traga um pouco da sua vida para a minha, pois a minha vida já não a tenho mais. Preciso me encontrar novamente e você pode me ajudar”.
Deus coloca pessoas em nossa vida para nos encontrarmos nelas. São pessoas certas que surgem na hora certa, do jeito certo, com aquilo que nos faltava. Sendo assim, podemos experimentar a graça e o sabor do verdadeiro amor.