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quarta-feira, 20 de abril de 2011

Saudades de Jesus


O que os olhos não veem, o coração não sente. Longe dos olhos, longe do coração. Não é assim que diz o provérbio? Se assim for, pergunto: será possível ter saudades de alguém que você nunca viu? Resposta: tudo depende do que se entende por “ver”.


A pergunta é esta: ver com quais olhos? Sim, porque também existem os olhos da fé. Pela fé você vê realidades que os olhos de carne não percebem. Pela fé pode ver Deus, Jesus Cristo, Nossa Senhora, a vida eterna... um mundo de realidades divinas que os olhos de carne nem suspeitam que existem.


Pobre de quem não tem fé: só vê pela metade. As realidades maiores, melhores e eternas ficam fora do seu horizonte. É dessa forma que, de verdade, você pode ter saudades de Jesus, que nunca viu, mas que, pela fé, não se cansa de ver. Que bonitas estas palavras de São Pedro: “Sem terdes visto o Senhor, vós o amais. Sem que agora o estejais vendo, credes nele. Isto será para vós fonte de alegria inefável e gloriosa, pois obtereis aquilo em que acreditais: a vossa salvação.” (1 Pedro 1, 8-9).


Estas palavras estão entre as mais belas da Bíblia. Ver Jesus pela fé; sentir saudades de Jesus pela fé. Não falo de visões. Quem tem fé verdadeira não precisa buscar visões. Não procure visões ou visionários (hoje tão abundantes...), procure a visão da fé.


Se seus olhos estiverem fracos, vá ao oftalmologista, que lhe prescreverá lentes de grau. Se sua visão da fé for fraca, o “oftalmologista” é Jesus: só ele pode aumentar sua capacidade de visão. Nesse caso, reze, como rezou aquele homem do Evangelho: “Eu creio, Senhor, mas ajudai a minha falta de fé!” (Marcos 9,23). Ou como também os apóstolos pediram a Jesus: “Senhor, aumentai a nossa fé!” (Lucas 17,5).



Se a sua fé for autêntica, você verá Jesus em muitas situações. Algumas delas estão descritas no capítulo 25 de São Mateus. Jesus nos aponta as pessoas em quem Ele mesmo está presente e que frequentemente ignoramos por falta de fé: famintos, sedentos, andarilhos, nus, doentes, presos... Sempre que tivermos feito o bem a esses “meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes”, diz Jesus (Cfr. Mateus 25,40). Jesus também se identifica com as crianças, seres delicados e frágeis que necessitam de proteção: “Quem receber a um destes pequeninos em meu nome é a mim que recebe” (Marcos 9,37). Como você vê, tudo depende do nosso grau de fé.


Não só a Bíblia, mas também o Concílio Vaticano II ensina que Jesus está presente entre nós de muitas maneiras. Diz: “Cristo está sempre presente na sua igreja, especialmente nas ações litúrgicas. Está presente no sacrifício da Missa, quer na pessoa do ministro... quer e sobretudo sob as espécies eucarísticas. Está presente com o seu dinamismo nos Sacramentos, de modo que, quando alguém batiza, é o próprio Cristo que batiza. Está presente na sua palavra, pois é Ele que fala ao ser lida na Igreja a Sagrada Escritura. Está presente, enfim, quando a Igreja reza e canta, Ele que prometeu: «Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles» (Mt. 18,20)” (Sacrosanctum concilium n. 7). Evidentemente, dentre todos os Sacramentos, o da Eucaristia é aquele em que a presença de Jesus se torna sumamente real e concreta.


Está vendo? Jesus “se esconde”, digamos, por trás e por dentro de muitas realidades que tocamos com as nossas mãos e vemos com os nossos olhos. Somente a fé, porém, é capaz de ultrapassar essas barreiras e “ver” concretamente Jesus. Mais uma vez precisamos concluir que a nossa fé é realmente fraca e precisamos pedir a Jesus que a faça crescer em nosso coração.


O fato é que, bem ou mal, sentir saudades de Jesus já é um fato muito positivo e que nos ajuda a descobri-lo por dentro das realidades em que Ele “se esconde”.

Aproveite da Semana Santa para matar saudades de Jesus. De que modo? Tudo na Semana Santa nos mostra Jesus e nos leva ao encontro com Ele. Participe!

Fonte: http://domhilario.blogspot.com/2011/04/saudades-de-jesus.html

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