Quem acompanha a liturgia diária pôde notar que na semana passada, nas primeiras leituras, de segunda a sexta, foi narrada a travessia do povo irsaelita no deserto rumo a terra prometida.
Confesso que fiquei muito chateada com essas passagens. Fiquei com muita pena de Moisés por ter que aturar aquele povo questionador e descontente com tudo. O fardo de Moisés realmente foi muito pesado. Oh, povo chato!
Eles não se contentavam com nada! Estavam com fome, Deus mandou o maná, mas para eles não era suficiente. Blasfemaram contra o alimento que o Senhor mandou. Deus ainda mandou aves para que eles pudessem comer carne. Depois eles começaram a pressionar Moisés pela falta de água. Então Moisés fez sair água da rocha para o povo. Mas mesmo com tantos milagres acontecendo, eles ainda se revoltavam contra Deus. Preferiam comer de tudo, mas serem humilhados como escravos no Egito, a terem liberdade com algumas restrições e provações.
Muitas vezes nos parecemos com aquele povo. Pedimos a Deus algo e Ele nos concede, mas depois de algum tempo já não queremos mais aquilo, queremos outra coisa; ou, às vezes, Deus dá algo diferente do que pedimos, aí começamos a reclamar, e a nossa vida se torna uma grande lamentação, nos tornamos rancorosos, amargos, infelizes.
O interessante é que, em toda a história da salvação, desde o antigo testamento, quem orou e entregou suas aflições sem questionar foi agraciado por Deus; já quem só viveu de lamentações, não conseguiu agrado. A maior parte do povo israelita não chegou à terra prometida; Zacarias, pai de João Batista, ao duvidar e questionar os planos do Senhor, ficou mudo até o dia em que Joãonasceu. Já Maria, foi dita bem aventurada, porque confiou.
Ao invés de questionarmos a Deus e sermos descontentes com a nossa vida, vamos procurar pedir força e sabedoria para entender a Sua vontade, paciência para suportar toda demora. Vamos ser fiéis a Deus e felizes com o pouco que temos, então Ele nos confiará muito mais, pois só o Pai sabe qual é a medida certa para a nossa felicidade.
Não queiramos ser deuses de nós mesmos e auto-suficientes, pois nos perderemos pelo caminho. Confiemos em Deus sem questionamento, depositemos nossa vida em suas mãos em reconhecimento de que Ele é o Senhor de nossa história.
Que o Senhor nos abençoe!
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